terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ecos de uma revolução silenciosa

Estudos do Greenpeace e da ONU mostram mercado crescente para energias limpas, com países em desenvolvimento liderando a corrida por investimentos no setor.
Energia renovável não é coisa do futuro. É a realidade do presente. Para dar cara a esta mudança de rumo, recentes estudos vem mostrando o crescimento do mercado e dos investimentos de energia no mundo, revelando que as fontes limpas estão competitivas, especialmente em países em desenvolvimento.
O Greenpeace Internacional fez um balanço do mercado dos últimos 40 anos, apelidado de Revolução Silenciosa. Apesar dos combustíveis fósseis continuarem em aumento, tanto em novas instalações, como em participação na subida de emissões de gases estufa, eólica e solar foram as energias que, em ritmo, mais cresceram no mundo nos últimos 10 anos – em torno de 430 mil MW.

Gráfico mostra crescimento das diferentes fontes de energia no mundo nos últimos 40 anos.
Entre 2000 e 2010, revela o estudo, 26% de todas as centrais elétricas que surgiram no mundo foram de renováveis, especialmente eólica. Outros 42% foram térmicas à gás, 2% nuclear e o restante, térmica. Os 475 mil MW de incremento de energias fósseis no período, 78% dele na China, contabilizaram um total de 55 milhões de toneladas de CO2 emitidos no mesmo período.
O avanço das energias limpas no mundo surpreendeu até os mais otimistas. Em 2007, o Greenpeace Internacional publicou na primeira edição do relatório Revolução Energética que a potência instalada para renováveis no mundo até 2010 seria de 156 GW, valor alcançado somente pelo setor eólico em 2009, comprovando que esta tal revolução já está em marcha firme.
A ONU acaba de também endossar esta perspectiva. Na edição de 2011 do estudo Tendências Globais dos Investimentos em Energia Renovável, recém lançado pela UNEP, os dados mostram que entre 2009 e 2011, os investimentos em energia limpa subiram 32%.
Chama a atenção o envolvimento de países em desenvolvimento nesta conta: superaram os investimentos em renováveis dos desenvolvidos no balanço de 2010, liderados pela mesma vilã das térmicas fósseis, a China. O vento, entre todas, é a tecnologia mais madura, com investimentos que somam mais de 94 bilhões de dólares. Solar vem logo atrás, com 86 bilhões, seguido de biomassa, com 11 bilhões.
No Brasil, os investimentos em renováveis caíram 5% este ano em relação a 2009, para um total de 6,9 bilhões de dólares, especialmente por conta da reestruturação do setor sucroalcooleiro, responsável pela produção de energia por co-geração à biomassa. O país, no entanto, é visto como um dos de maior potencial para crescimento de mercado para renováveis do mundo.
O relatório é uma produção do Programa Ambiental da ONU (PNUMA), a Frankfurt School of Finance and Management, na Alemanha, e o Bloomberg New Energy Finance.

Fonte: Greenpeace

sábado, 6 de agosto de 2011

Número de católicos diminui no Brasil

Os católicos correspondiam a 73,79% da população brasileira em 2000, mas vêm caindo, enquanto aumenta o número de evangélicos. A porcentagem de católicos, a ser confirmada pelo censo 2010 do IBGE, deve estar por volta de 65%.

"A evasão de fiéis é talvez o problema mais grave que a Igreja sofre na sua consciência. Não é, mas ela se pôs como se fosse o problema mais grave. Evasão para onde? Para as igrejas pentecostais e neopentecostais", analisa padre João Batista Libânio, professor da Faculdade de Teologia dos Jesuítas, em Belo Horizonte.

Recentemente uma das maiores revistas do País publicou uma série de matérias em que fazia previsões para o Brasil em 2020. Em uma dessas publicações, a revista aborda o crescimento evangélico. “Estima-se que 50% da população brasileira poderá ser evangélica” daqui a 11 anos, segundo estatísticas do Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes).

Ainda de acordo com a revista, “a influência evangélica em 2020 contribuirá para a diminuição no consumo do álcool, o aumento da escolaridade e a diminuição no número de lares desfeitos, já que a família é prioridade para os evangélicos”.

Se a debandada não é maior, é porque a Igreja Católica reage com leigos envolvidos nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), movimentos carismáticos e instituições como o Opus Dei, de tendências diferentes, mas todos comprometidos com a fé.

As CEBs sobrevivem, mas estão em baixa, na avaliação do sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, professor de mestrado em Ciências da Religião, na PUC - MG. "O prestígio delas é pequeno na hierarquia, mas continuam sendo uma referência para a sociedade, nas associações de bairros e movimentos de trabalhadores", afirma. Há bispos que resistem às CEBs, mas a resistência não impediu que 80% do episcopado votassem a favor delas na última assembleia-geral da CNBB, em Brasília.

"As CEBs estão muito fragilizadas, assim como a Teologia da Libertação, que tem nelas sua matéria-prima", concorda Frei Betto, partidário e um dos teóricos da linha social que marcou a Igreja após as conferências episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979). "Nos seminários, não há mais interesse pela Teologia da Libertação, que é analisada nas universidades como um fenômeno do passado." Frei Betto lamenta, "porque o fundamento da Teologia da Libertação não é o marxismo, mas a existência da pobreza, que continua na América Latina e no Brasil".

Fonte: Época / Estadão/ CPAD News