terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ecos de uma revolução silenciosa

Estudos do Greenpeace e da ONU mostram mercado crescente para energias limpas, com países em desenvolvimento liderando a corrida por investimentos no setor.
Energia renovável não é coisa do futuro. É a realidade do presente. Para dar cara a esta mudança de rumo, recentes estudos vem mostrando o crescimento do mercado e dos investimentos de energia no mundo, revelando que as fontes limpas estão competitivas, especialmente em países em desenvolvimento.
O Greenpeace Internacional fez um balanço do mercado dos últimos 40 anos, apelidado de Revolução Silenciosa. Apesar dos combustíveis fósseis continuarem em aumento, tanto em novas instalações, como em participação na subida de emissões de gases estufa, eólica e solar foram as energias que, em ritmo, mais cresceram no mundo nos últimos 10 anos – em torno de 430 mil MW.

Gráfico mostra crescimento das diferentes fontes de energia no mundo nos últimos 40 anos.
Entre 2000 e 2010, revela o estudo, 26% de todas as centrais elétricas que surgiram no mundo foram de renováveis, especialmente eólica. Outros 42% foram térmicas à gás, 2% nuclear e o restante, térmica. Os 475 mil MW de incremento de energias fósseis no período, 78% dele na China, contabilizaram um total de 55 milhões de toneladas de CO2 emitidos no mesmo período.
O avanço das energias limpas no mundo surpreendeu até os mais otimistas. Em 2007, o Greenpeace Internacional publicou na primeira edição do relatório Revolução Energética que a potência instalada para renováveis no mundo até 2010 seria de 156 GW, valor alcançado somente pelo setor eólico em 2009, comprovando que esta tal revolução já está em marcha firme.
A ONU acaba de também endossar esta perspectiva. Na edição de 2011 do estudo Tendências Globais dos Investimentos em Energia Renovável, recém lançado pela UNEP, os dados mostram que entre 2009 e 2011, os investimentos em energia limpa subiram 32%.
Chama a atenção o envolvimento de países em desenvolvimento nesta conta: superaram os investimentos em renováveis dos desenvolvidos no balanço de 2010, liderados pela mesma vilã das térmicas fósseis, a China. O vento, entre todas, é a tecnologia mais madura, com investimentos que somam mais de 94 bilhões de dólares. Solar vem logo atrás, com 86 bilhões, seguido de biomassa, com 11 bilhões.
No Brasil, os investimentos em renováveis caíram 5% este ano em relação a 2009, para um total de 6,9 bilhões de dólares, especialmente por conta da reestruturação do setor sucroalcooleiro, responsável pela produção de energia por co-geração à biomassa. O país, no entanto, é visto como um dos de maior potencial para crescimento de mercado para renováveis do mundo.
O relatório é uma produção do Programa Ambiental da ONU (PNUMA), a Frankfurt School of Finance and Management, na Alemanha, e o Bloomberg New Energy Finance.

Fonte: Greenpeace

sábado, 6 de agosto de 2011

Número de católicos diminui no Brasil

Os católicos correspondiam a 73,79% da população brasileira em 2000, mas vêm caindo, enquanto aumenta o número de evangélicos. A porcentagem de católicos, a ser confirmada pelo censo 2010 do IBGE, deve estar por volta de 65%.

"A evasão de fiéis é talvez o problema mais grave que a Igreja sofre na sua consciência. Não é, mas ela se pôs como se fosse o problema mais grave. Evasão para onde? Para as igrejas pentecostais e neopentecostais", analisa padre João Batista Libânio, professor da Faculdade de Teologia dos Jesuítas, em Belo Horizonte.

Recentemente uma das maiores revistas do País publicou uma série de matérias em que fazia previsões para o Brasil em 2020. Em uma dessas publicações, a revista aborda o crescimento evangélico. “Estima-se que 50% da população brasileira poderá ser evangélica” daqui a 11 anos, segundo estatísticas do Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes).

Ainda de acordo com a revista, “a influência evangélica em 2020 contribuirá para a diminuição no consumo do álcool, o aumento da escolaridade e a diminuição no número de lares desfeitos, já que a família é prioridade para os evangélicos”.

Se a debandada não é maior, é porque a Igreja Católica reage com leigos envolvidos nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), movimentos carismáticos e instituições como o Opus Dei, de tendências diferentes, mas todos comprometidos com a fé.

As CEBs sobrevivem, mas estão em baixa, na avaliação do sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, professor de mestrado em Ciências da Religião, na PUC - MG. "O prestígio delas é pequeno na hierarquia, mas continuam sendo uma referência para a sociedade, nas associações de bairros e movimentos de trabalhadores", afirma. Há bispos que resistem às CEBs, mas a resistência não impediu que 80% do episcopado votassem a favor delas na última assembleia-geral da CNBB, em Brasília.

"As CEBs estão muito fragilizadas, assim como a Teologia da Libertação, que tem nelas sua matéria-prima", concorda Frei Betto, partidário e um dos teóricos da linha social que marcou a Igreja após as conferências episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979). "Nos seminários, não há mais interesse pela Teologia da Libertação, que é analisada nas universidades como um fenômeno do passado." Frei Betto lamenta, "porque o fundamento da Teologia da Libertação não é o marxismo, mas a existência da pobreza, que continua na América Latina e no Brasil".

Fonte: Época / Estadão/ CPAD News

terça-feira, 26 de julho de 2011

Fábio Konder Comparato

Origem: Wikipédia
É professor titular aposentado (em 2006) da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, doutor em Direito pela Universidade de Paris e doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra. Em 2009, recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Especializou-se inicialmente em Direito comercial, tendo publicado O Poder de Controle na Sociedade Anônima. Atualmente dedica-se a dar cursos em outras áreas jurídicas, como Fundamentos de Direitos Humanos e Direito do Desenvolvimento.
É fundador da Escola de Governo, que tem por objetivo a formação de governantes e já está presente em vários estados da federação [1].
Expoente da intelectualidade de esquerda, foi um dos advogados de acusação no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor. É o autor de uma das ações populares contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce movida por um grupo de advogados e juristas de São Paulo.
É um simpatizante do MST, tendo por diversas vezes afirmado que ações consideradas criminosas realizadas pelo grupo seriam manifestações legítimas em defesa da causa por eles defendida, chegando a afirmar que era um absurdo criminalizar as ações (ocupações de terra e de prédios públicos em forma de protesto) promovidas pelo grupo.
Em 2005, recebeu a Medalha Chico Mendes de Resistência, prêmio entregue pela ONG brasileira Grupo Tortura Nunca Mais a todos aqueles que tal ONG consideram ter se destacado na luta pelos Direitos Humanos.
Publicou, entre outros livros, Para viver a democracia e um projeto de Constituição para o Brasil, intitulado Muda Brasil.
Em fevereiro de 2009 foi criticado pelo jornal Folha de S. Paulo após enviar carta de repúdio à redação deste pela utilização do termo "ditabranda" num editorial para definir a ditadura militar no Brasil. De acordo com o jornal, a indignação de Comparato, assim como a de Maria Victória Benevides, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo seria "cínica e mentirosa", pois ambos "até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba".[2] Em reportagem exibida no programa Domingo Espetacular da Rede Record, a professora de História Maria Aparecida Aquino defendeu que a imprensa de "qualquer país iria gostar da contribuição intelectual" de pessoas do "quilate" Comparato e Benevides.
Obras
Lista parcial
  • Ética - Direito, Moral e Religião no Mundo Moderno. São Paulo: Cia das Letras, 2006. ISBN 8535908234
  • Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. São Paulo: Editora Saraiva, 4a. edição, 2005 ISBN 8502053744
  • Poder de Controle na Sociedade Anônima, O. (em parceira com Salomão Filho, Calixto) São Paulo: Editora Forense, 4ª edição, 2005 ISBN 853091399X
  • Que é a Filosofia do Direito. (em parceria com Grau, Eros Roberto; Alves, Alaor Caffe; Lafer, Celso; Telles Jr., Goffredo) São Paulo: Editora Manole, 2004 ISBN 8520421342
  • Direito Público - Estudos e Pareceres. São Paulo: Editora Saraiva, 1996 ISBN 8502016180
  • Direito Empresarial. São Paulo: Editora Saraiva, 1995 ISBN 8502006940
  • Sociedade Anônima: I Ciclo de Conferência para Magistrados. (em parceira com Arnold Wald), São Paulo: Editora IBCB, 1993
  • Para Viver a Democracia. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989. ISBN 8511140743
  • Educação, Estado e Poder. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
  • Muda Brasil - Uma Constituição para o desenvolvimento democrático. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

Padres pedem reforma e prometem abrir púlpito a pregadores leigos

por Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
"A recusa de Roma de assumir as reformas, há muito tempo necessárias, e a inatividade dos nossos bispos não apenas nos permitem, mas também nos forçam a obedecer as nossas consciências e nos tornar independentes", diz o grupo, que conta com 317 padres e 52 diáconos, cerca de 15% dos padres austríacos.
A proposta dos sacerdotes ameaça seriamente a identidade e a unidade da igreja, admitiu o vice-presidente da Conferência dos Bispos da Áustria, dom Egon Kapellari, de Graz. Embora esses padres estejam certos em se preocupar com a providência de mais e melhores cuidados pastorais aos católicos do país, a situação da Áustria não é tão drástica a ponto de ser necessário que eles atuem fora da comunhão com a Igreja universal, declarou.
O cardeal Christoph Schönborn, de Viena, disse que se os padres autores do Apelo à Desobediência acreditam que estão em conflito extremo de consciência com a Igreja, eles deveriam considerar se ainda pertencem à Igreja.
O movimento dos padres austríacos é liderado pelo ex-vigário geral do cardeal Schönborn, monsenhor Helmut Schüller. O grupo diz, no Apelo à Desobediência, que vai ignorar a proibição de pregar a leigos competentes, como professores e professoras de religião.  Especialmente em tempos difíceis é imperativo proclamar a Palavra de Deus, argumenta.
Pesquisa realizada no ano passado já indicava que 64% dos padres entendiam que a Igreja Católica deveria se abrir mais ao mundo moderno, e boa parte afirmou que era a favor da abolição do celibato e da introdução do sacerdócio feminino.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Brasileiros desenvolvem técnica de exame de próstata menos invasiva

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma tecnologia que permite detectar o câncer de próstata de uma forma menos invasiva, mais eficaz. A prevenção, claro, é muito importante, mas por causa do medo e do preconceito, só 32% fazem o exame preventivo. A descoberta dos pesquisadores de São José dos Campos pode ajudar a combater esse tipo de câncer, que é o que mais atinge os brasileiros.

Há quatro anos, Manoel recebeu a notícia que ninguém quer ouvir: tinha câncer de próstata. Hoje está curado e sabe que isso só foi possível graças ao diagnóstico precoce. "Se detectado no início, tem chance de cura. Sugiro a todos os homens que, como eu, têm medo, que façam, pois é importante ", indica o engenheiro civil Manoel Antônio da Silva.

Pesquisadores de São José dos Campos desenvolveram uma nova tecnologia que vai permitir o diagnóstico da doença com um exame menos invasivo. Através de raio laser, será possível descobrir se as células localizadas na próstata são cancerígenas ou não. Basta uma pequena amostra de sangue ou de esperma.

A vantagem do exame é que, além de indicar se o paciente tem câncer, ele vai mostrar em que estágio está a doença. O resultado sai na hora. Atualmente isso só é possível com uma biopsia. “O que nós estamos tentando fazer é caracterizar o tecido de uma maneira não invasiva, quer dizer, o paciente teria na hora, em tempo real, o que está acontecendo com a sua próstata e isso permitirá um tratamento muito mais eficaz”, explica o pesquisador Marcos Tadeu Tavares.

Dentro de um ano, o método poderá ser usado por médicos e laboratórios. Mas até que essa tecnologia chegue ao mercado, os exames disponíveis atualmente continuam sendo a melhor forma de prevenção. "Tudo evolui. Não sou contra a evolução, mas a coisa tem de ser cientificamente comprovada para poder parar e largar os parâmetros que temos hoje e que são uma grande arma pra salvar vidas", lembra o médico urologista Wanderley Fernandes.

Segundo o Ministério da Saúde, só em 2010 foram registrados 52 mil novos casos da doença no Brasil. Depois dos 50 anos, um a cada seis pode ter a doença.
Bom Dia Brasil

Agora é Lei: Clientes poderão entrar nas lojas sem lacrar sacolas ou bolsas

O consumidor de Campina Grande acaba de ganhar mais uma Lei Municipal, que teve a iniciativa do vereador Olimpio Oliveira (PMDB), e que garantirá os direitos de cidadão e de consumidor. A nova Lei, que acabou de ser promulgada sob número 4.844 tem como finalidade, proibir a prática do lacre de sacolas, bolsas e similares como condição para o ingresso do cidadão nos estabelecimentos comerciais instalados no município.

A exemplo de outras Leis em defesa do consumidor, de autoria do vereador Olimpio Oliveira, a nova Lei Municipal, vem normatizar e proibir uma pratica abusiva e inconstitucional, que consiste na ação de condicionar a entrada do cliente em determinadas lojas, após lacrar bolsas, sacolas e similares. A normatização vai acabar com esta prática que há muito tempo vem sendo utilizado por alguns estabelecimentos comerciais de nossa cidade contra os clientes.

De acordo com o autor da Lei, além de prever a proibição deste tipo de constrangimento, a nova regra também disciplinará que a instituição que descumpri-la acarretará em sanções administrativas previstas no Capítulo VII, art. 55 a 60, da Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código do Consumidor) que será fiscalizada pelo PROCON municipal.

Segundo o vereador Olimpio Oliveira, esta é mais uma vitória do consumidor, a exemplo de outra Lei de sua autoria e sancionada pelo Prefeito Veneziano Vital do Rêgo, sob número 4.845/09, que tem por finalidade, proibir a conferência de produtos, após o cliente efetuar o pagamento nas caixas registradoras das empresas instaladas na cidade, evitando assim, os abusos praticados contra os consumidores pelos Atacadistas.

Outro aspecto abordado pelo vereador Olimpio Oliveira em sua proposta, é a proibição da utilização de sacolas descartáveis de plástico, para envolver a bolsa ou sacola do consumidor, tendo em vistas que o referido invólucro será rasgado e descartado ao lixo, após a visita do consumidor, a referida loja, e seus resíduos poluirão ainda mais o nosso meio ambiente.

“É justo que o supermercado ou qualquer outro estabelecimento comercial desenvolva uma política interna para coibir o roubo de produtos, e assim proceda de forma a nivelar todos os cidadãos como possíveis corruptores do bem alheio, constrangendo e contribuindo para a poluição do nosso ecossistema, haja vista que o referido material plástico “sacola” demora mais de 100 anos para ser decomposto pela natureza” comemorou Olimpio Oliveira.
Redação iParaíba com Ascom

Abandono do Método Ver-Julgar-Agir

Dias atrás, ao escrever sobre o cinquentenário da Mater et Magistra, lembrei que o papa João XXIII, definiu como o melhor método para a formação nos princípios da justiça social aquele que depois foi consagrado pela Igreja latino-americana: conhecer a situação concreta, examinar essa realidade à luz da Palavra e da doutrina da Igreja e, por fim, agir "de acordo com as circunstâncias de tempo e de lugar" (MM, 236).
Lembrava ainda que o "papa buono", neste mesmo parágrafo da encíclica definia tal método como ver, julgar, agir. Salientava que, segundo o papa, é necessário "que os jovens, não só conheçam esse método, mas o empreguem, concretamente, na medida do possível, a fim de que os princípios adquiridos não permaneçam para eles no campo das ideias abstratas, mas sejam traduzidos na prática" (MM, 237).
Em meu artigo afirmava que um dos sinais mais evidentes do inverno tenebroso da atual Igreja, especialmente aqui na América Latina, é o aborto progressivo deste método. Documentos recentes dos episcopados e das Igrejas locais revelam a intenção premeditada de enterrar definitivamente este precioso legado consagrado por um documento tão valioso do Magistério da Igreja.
O sepultamento do método ver-julgar-agir começa aqui na América Latina com as Conclusões de Santo Domingo, no início da década de 1990. Daí para cá os documentos oficiais foram abandonando-o progressivamente. O mais recente exemplo disso pode ser encontrado nas Diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas em maio passado.
O abandono do método ver-julgar-agir revela a pendência clara da Igreja para a direita. Por se tornar cada vez mais conservadora e fundamentalista, ela rejeita todo método que possa criar nos cristãos e nas cristãs o espírito crítico e a capacidade de enxergar melhor a realidade e as causas de determinados problemas. Além disso, revela uma pobreza cada vez maior no campo teológico e um desconhecimento crescente da pedagogia bíblica.
De fato, se observarmos atentamente a tradição profética e a prática de Jesus, é possível perceber que o método utilizado não tem como ponto de partida a teologia, mas a realidade. Para propor a conversão, a mudança, tanto das pessoas como das estruturas sociais, os profetas e Jesus não partem de afirmações teológicas substanciais, mas do que está acontecendo. Após terem mostrado como se encontra a realidade, fazem o confronto com o que é considerado palavra de Deus e convidam a mudanças radicais, a reviravoltas.
No que diz respeito aos profetas, os exemplos são numerosos e seria impossível falar de todos eles. Bastaria lembrar dois episódios que são bem emblemáticos do método usado pelos profetas. O primeiro é o caso do adultério de Davi (2Sm 12,1-14). O profeta Natan não chega até ele fazendo pregações teológicas ou recordando as normas da lei mosaica. Começa contando uma história que obriga o rei a dar de cara com a realidade e com a sua injustiça. Somente depois de o rei ter caído na real o profeta vai fazer a sua pregação teológica e convidá-lo a uma atitude de mudança. O outro episódio emblemático é a ação simbólica de Jeremias que se coloca na porta do Templo e começa a proclamar em voz alta a lista dos pecados do povo (Jr 7,1-28). Também ele não vai fazer uma pregação sobre os preceitos da Torá e nem tão pouco sobre quem é Javé. Começa sua ação levando o povo a perceber a realidade.
Se vamos para a práxis de Jesus, percebemos a mesma coisa. Ele não é um fariseu e nem um doutor da Lei, que vai fazendo elucubrações teológicas e citando textos bíblicos, dando aulas de teologia. De acordo com a maioria dos exegetas, Jesus não tinha grandes conhecimentos da Torá, uma vez que o estudo da Lei não acontecia no ambiente de Nazaré, onde ele viveu. O conhecimento bíblico de Jesus era mediano, próprio dos moradores da Galileia que viviam distantes de Jerusalém, o centro teológico e cultual da época.
Jesus não sai pela Palestina fazendo discursos teológicos. Ele se insere no meio do povo e, a partir da contemplação da realidade, vai ajudando esse mesmo povo a perceber a presença amorosa de Deus. Não parte de Deus para chegar à realidade, mas parte da realidade para fazer as pessoas se darem conta do amor misericordioso do Pai. Começa falando de comida, de bebida, de roupa, das preocupações cotidianas, convidando os homens e as mulheres a contemplarem a erva do campo e os pássaros do céu (Mt 6,25-34), e, a partir do concreto, chegar até a providência divina e à centralidade do Reino de Deus e da sua justiça (Mt 6,33).
Em outras ocasiões, para explicar como a Palavra age nas pessoas, parte da vida concreta dos lavradores, do trabalho doméstico das mulheres (Mt 13). Para dizer como deve ser a conexão entre o discípulo e o Pai, parte da experiência dos trabalhadores na agricultura, que certamente eram maioria absoluta, senão a totalidade, dos seus ouvintes (Jo 15,1-6). Para explicar como é o seu cuidado e o cuidado do Pai para com as pessoas, fala da atividade do pastor, cuidador de ovelhas (Jo 10,1-21).
Portanto, Jesus não se preocupa em "partir de Deus", como queriam os fariseus e os legalistas doutores da Lei, preocupados com as picuinhas religiosas e com as precisões teológicas. Jesus partia da vida real, concreta, do seu povo. Como bom pedagogo sabia que esse método funcionava realmente e possibilitava às pessoas compreenderem o que precisavam compreender para aderir à sua proposta de Reino de Deus. E os Evangelhos são unânimes em nos mostrar que o método de Jesus funcionou e que o povo entendeu plenamente a sua mensagem. "E uma grande multidão o escutava com gosto" (Mc 12,37).
A obsessão em querer "partir de Cristo" revela-se falsa e ideológica. Falsa porque se afasta da tradição bíblica e da intuição de grandes santos como João XXIII. Ideológica porque mostra claramente que por trás desse abandono está a intenção clara de não utilizar um método pastoral que eduque o povo de Deus, tornando-o sujeito de sua própria libertação. Pretende-se que a fé cristã funcione como ópio e não como força libertadora e transformadora. Deixando de lado a realidade, ou camuflando-a com pseudo-afirmações teológicas, se esconde a verdade e não se permite a libertação que dela viria. A pregação e a evangelização se tornam "discurso lacunar": muito palavreado para esconder aquilo que deveria ser realmente dito.
Infelizmente a atual hierarquia vai perdendo a sua condição profética e, por isso, perde também a sua capacidade de evangelizar a partir das situações concretas. O evangelho passa a ser uma abstração, um falatório que não encontra ressonância em lugar nenhum, porque não é anunciado dentro das condições reais das pessoas. E nesse contexto ressoa a palavra profética de Dom Oscar Romero, pronunciada no dia 18 de fevereiro de 1979: "Os fatos concretos, Deus não os despreza. Querer pregar sem referir-se à história em que se prega não é pregar o Evangelho. Muitos gostariam de uma pregação tão espiritualista que deixasse os pecadores como estão, que não dissesse nada aos idólatras, aos que estão de joelhos diante do dinheiro e do poder.
Uma pregação que não denuncia as realidades pecaminosas, no seio das quais se faz a reflexão evangélica, não é Evangelho". Por causa disso, como amava repetir Dom Hélder, os atuais documentos eclesiásticos da América Latina voltam a ser "belas teorias sobre uma dura realidade". Ou, como diz Lepargneur, "na prática a teoria é outra".
Poucos dias atrás encontrei um padre que acabava de chegar de sua primeira viagem à Europa. Visitou Roma e vários outros "lugares sagrados" europeus. Lá o método ver-julgar-agir nunca foi adotado pela Igreja. Mas esse padre estava aterrorizado com o que viu. Nas igrejas, nas missas, quase ninguém. Só algumas velhinhas arrastando-se com muita dificuldade. A missa tinha que terminar na hora exata, pois na hora marcada os filhos ou netos apareciam, mas apenas para buscar suas mães ou avós.
Isso não me assustou, pois, tendo morado por lá, já conhecia essa situação, a qual deve ter se agravado nos últimos anos. Porém, este é o futuro de uma Igreja que voltou a abandonar o cuidado com a realidade, que insiste em fazer discursos teológicos estéreis, completamente desconectados da situação real do povo. Esse é o futuro de uma igreja que não quer agir "de acordo com as circunstâncias de tempo e de lugar" (João XXIII). Se não soubermos substituir "a santidade de reputação e de fachada pela santidade interior e real, as criaturas mais conscientes, que têm a maior sede de justiça, que são mais desconfiadas e reais, correm o risco de perder a fé" (Dom Helder Camara).

JOSÉ LISBOA MOREIRA DE OLIVEIRA
Filósofo. Doutor em teologia. Ex-assessor do Setor Vocações e Ministérios/CNBB. Ex-Presidente do Inst. de Past. Vocacional. É gestor e professor do Centro de Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (CREAR) da Universidade Católica de Brasília

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Raymundo Damasceno é escolhido novo presidente da CNBB

O arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, foi eleito na noite desta segunda-feira (9) para presidir a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nos próximos quatro anos.
Damasceno era considerado um dos favoritos para assumir a presidência da CNBB por causa, principalmente, do seu perfil conciliador e do prestígio que obteve após a visita do papa Bento 16 ao santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida, em 2007.
O novo presidente da CNBB é tido também como uma pessoa próxima ao papa e de fácil diálogo com setores da sociedade civil organizada e o governo.
Natural de Capela Nova (MG), ele foi eleito no segundo escrutínio com 196 votos (71% dos votos válidos).
O cardeal de São Paulo, d. Odilo Pedro Scherer, ficou em segundo lugar, com 75 votos. A partir de amanhã serão eleitos também o vice-presidente, secretário-geral e os presidentes das 12 comissões pastorais da CNBB.
A eleição do novo presidente foi realizada durante a 49ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida, que começou na última quarta-feira (4) e vai até sexta-feira (13).
No primeiro escrutínio, dom Raymundo havia obtido 161 votos contra 91 de d. Odilo. Por não ter alcançado dois terços dos votos, houve a necessidade do segundo escrutínio. Damasceno substitui o arcebispo de Mariana (MG), d. Geraldo Lyrio Rocha, que ficou por quatro anos no cargo e decidiu não tentar a reeleição.
Durante as eleições do ano passado, ele defendeu que temas relacionados ao "direito à vida", como o aborto, e ao matrimônio fossem debatidos pelos candidatos na campanha presidencial.
Nomeado cardeal pelo papa em outubro passado, Damasceno é presidente da Celam (Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe) e já foi secretário-geral da CNBB por dois mandatos consecutivos, entre 1995 e 2003.
Fonte: Site da Folha de São Paulo

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)

As CEBs são comunidades, uma reunião de pessoas que vivem na mesma região e possuem a mesma fé. São eclesiais, porque estão unidas à Igreja. São de base porque são constituídas de pessoas das classes populares. Localizam-se em geral na zona rural e na periferia das cidades. Organizam-se em torno das paróquias ou capelas por iniciativa de leigos, padres ou bispos.
Segundo Frei Betto,[1] as CEBs são uma nova forma de organizar a pastoral. Tradicionalmente, a pastoral da Igreja Católica é organizada em torno das paróquias. As CEBs permitem que a organização paroquial se dê através de comunidades menores, onde os membros podem estabelecer laços comunitários entre si. Assim, as paróquias podem se tornar verdadeiras comunidades paroquiais.
Deve-se ressaltar que as Comunidades Eclesiais de Base não são homogêneas, dada a diversidade social e geográfica e as formas distintas de compreender e viver sua inserção eclesial e sua participação na sociedade. Correspondem a uma organização descentralizada, diferentes entre si, como resposta aos desafios sociais e eclesiais concretos. Não possuem secretariado nacional, mas uma "comissão ampliada" que faz a ponte entre os encontros nacionais (Encontros Intereclesiais) entre as igrejas particulares.[2]
Entretanto, segundo Bingemer,[3] é possível detectar quatro traços distintivos de uma CEB:
  • O primeiro traço é a territorialidade: são pessoas que se reúnem por proximidade geográfica. Esta proximidade está na origem da discussão e reivindicação por serviços básicos (água, saneamento ou melhorias no bairro).
  • Círculos bíblicos: os grupos se reúnem para leitura e reflexão da Palavra de Deus e confrontá-la com a vida cotidiana. Muitas comunidades iniciaram a partir destes círculos bíblicos e passaram a organizar celebração dominical, com ou sem sacerdote.
  • Participação e discussão dos problemas comunitários em conselhos ou assembléias, com ampla participação dos membros.
  • A partir das necessidades das comunidades, foram surgindo diversos ministérios leigos ao longo da história das CEBs: ministros da Eucaristia, ministros das pastorais específicas ou grupos de alfabetização de adultos, hortas comunitárias, clubes de mães.
A partir da reflexão sobre os problemas da família, do trabalho e do bairro, as CEBs ajudaram a criar movimentos sociais para organizar sua luta: associações de moradores, luta pela terra e também o fortalecimento do movimento operário.

Fonte: Wikpédia

Falta de reciclagem causa prejuízos de R$ 8 bilhões ao ano

O Brasil perde R$ 8 bilhões ao ano por não reciclar seu lixo. A informação é do secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa, e foi dada durante seminário na Câmara Legislativa do Distrito Federal na manhã desta terça-feira (12).

Segundo o secretário, esta seria a economia se o país reciclasse todos os materiais passíveis de serem reaproveitados. A quantia é suficiente para construir 1,5 milhão de casas populares a cada ano.

O déficit habitacional do país é de cerca de 6 milhões de moradias, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Ou seja, se o volume de recursos fosse direcionado para a construção de moradias, seria possível zerar o déficit habitacional do Brasil em quatro anos.

Fonte: Site do WWF-Brasil

sábado, 16 de abril de 2011

Meu dinheiro em nuclear? Não, obrigado

BNDES mantém plano de investimento na construção da usina Angra 3, quando poderia financiar projetos de energia renovável.
O Greenpeace enviou carta ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pedindo que a instituição suspenda o financiamento de R$ 6 bilhões para a construção da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro.

O dinheiro, que pertence a todos os brasileiros, está empenhado no término de uma obra que traz riscos à população. O governo alemão, fiador do projeto, já suspendeu o empréstimo de R$ 3 bilhões que faria  ao empreendimento – uma ação coerente com sua decisão de repensar a escolha por energia nuclear após o grave acidente ocorrido em Fukushima, no Japão – até que a segurança de Angra 3 seja atestada. Os alemães vão aguardar sentados.

O acordo firmado entre Brasil e Alemanha para os projetos nucleares em Angra data de 1975 e os quesitos de segurança e o tipo de tecnologia para as usinas, da década de 1980. O programa nuclear brasileiro parou no tempo. Se avançou em algum ponto foi apenas no descaso com a segurança.

A Eletronuclear admite que o lixo atômico produzido em duas décadas de operação nuclear em Angra dos Reis até hoje não tem um descarte seguro. A usina de Angra 2 funciona sem a autorização definitiva da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e com um plano de evacuação falho, em uma área sensível a eventos extremos, como deslizamentos de terra. A licenciamento ambiental de Angra 3 está cheio de furos e irregularidades.

“O BNDES, como gestor do dinheiro dos brasileiros, deveria fazer a opção inteligente por investir em fontes renováveis de energia, em vez de financiar um poço de insegurança como Angra 3”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace. “Beira o crime manter planos de investimento na energia nuclear em solo brasileiro enquanto todo o mundo repensa tal escolha.”

Há um mês, um terremoto de 9 pontos na escala Richter, seguido de um tsunami, matou quase 13 mil pessoas, deixou outras 14 mil desaparecidas até agora e provocou o pior acidente nuclear visto pelo Japão. Três explosões em usinas nucleares na cidade de Fukushima levaram ao vazamento de radiação. Solo, água e ar foram contaminados e cerca de 1 milhão de pessoas estão sob ameaça.

Hoje, o governo japonês aumentou a área de evacuação de 20 para 30 quilômetros de raio, após o Greenpeace apresentar resultados de uma análise da radioatividade encontrada na região próxima das usinas.

A foto é um protesto do Greenpeace contra os investimentos do Governo Federal na construção de Angra 3 em frente da sede da Eletrobrás. Rio de Janeiro, 24 de março de 2008. Gilvan Barreto / Greenpeace
 
Fonte: Site do Greenpeace.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Redes e organizações evangélicas promovem campanha contra turismo sexual de crianças na Copa 2014

O problema do turismo sexual no Brasil é extremamente grave e traz uma série de prejuízos para nosso povo, especialmente contra crianças e adolescentes. Para se ter uma pequena noção da situação atual, basta ver os números abaixo:
• No Recife, a Organização Não Governamental (ONG) Coletivo Vida Mulher, calcula em três mil o número de meninas prostituídas a cada verão, sendo que uma em cada três prostitutas na capital pernambucana tem menos de 18 anos;
• Em mais de 900 municípios do país há vítimas do chamado turismo com motivação sexual infanto-juvenil. Desses, 436 são destinos turísticos do Nordeste. Os números foram levantados pela Unicef, SEDH e Universidade de Brasília. Estatísticas da Organização Mundial do Trabalho (OIT) mostram que 1,8 milhão de crianças e adolescentes são abusados sexualmente no mundo, a cada ano. No Brasil, as cifras mostram que 100 mil meninos e meninas são vítimas de exploração sexual;
• Aventura e prazer a baixo custo atraem por ano a Fortaleza, segundo a entidade, cerca de 70 mil italianos; Agências de viagem chegam a fazer propagandas sobre facilidades de sexo no país;
• Há os chamados non-stop party, onde o turista fica hospedado em uma espécie de bordel e pode ter sexo com quem quiser e a hora que quiser, até as viagens de incentivo, em que a agência organiza, além da viagem, um programa de atividades sexuais para motivar ou recompensar homens de negócios. Os valores variam de 2.300 Euros (uma semana) a 3.000 Euros (duas semanas). Há custos extras, como a oferta "Um dia com duas mulheres", que sai por 70 Euros. Caso a viagem seja cancelada após o fechamento do negócio, a multa é de 1.000 Euros.
No intuito de denunciar e lutar contra esta realidade, redes e organizações evangélicas iniciam a Campanha de Enfrentamento ao Turismo Sexual da Criança e do Adolescente na Copa 2014. Com o slogan "Um gol pelos direitos de crianças e adolescentes: exploração sexual não é um jogo. Denuncie!" , a campanha é liderada pela Rede Evangélica nacional de Ação Social (RENAS) e será lançada oficialmente no próximo dia 22 (terça-feira), às 18h30, em São Paulo.
No dia 18 de maio (Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração contra Crianças e Adolescentes), está programada a Marcha contra a Exploração Sexual da Criança e do Adolescente. O projeto unifica outras campanhas evangélicas já existentes em favor da infância, como o Mutirão de Oração pelas Crianças em Risco e a Campanha de Vacinação contra os Maus-tratos de Crianças.
Caio Marçal, secretário de Mobiliação Nacional, entende que " a promoção dos direitos das crianças passa especialmente pelo fortalecimento de ações conjuntas de organizações que tenham interesse de promover a dignidade dos pequeninos e que é missão da Igreja não esquecer desses". A Rede FALE participa da campanha e deve mobilizar seus grupos para que sejam propagadores das ações e também está envolvida na logística da campanha.

por Rede FALE

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Padre deixa a batina pela gravata

A cidade de Sousa viveu um reboliço com a notícia, que tomou conta das principais rádios da cidade, dando conta de que um padre havia se tornado evangélico. Trata-se do ex-padre Lourival Luiz de Sousa, ele que reside no Núcleo II, recebeu a ordenação ao sacerdócio católico (padre) em 18/06/2000 e exercia o sacerdócio há quase 10 anos, ao longo desse período ele foi o pároco das cidades de Aguiar/PB, Igaraci/PB, Diamante/PB, Boa Ventura/PB, Curral Velho/PB e Belém do Brejo do Cruz/PB, tendo visitas marcantes em igrejas de outras cidades, e, ainda era auxiliar nas igrejas de Sousa e Cajazeiras.
Ocorre que o mesmo, estudando a Palavra de Deus - a Bíblia Sagrada - percebeu, quando ainda exercia o sacerdócio na cidade de Diamente/PB em 2003 que estava ensinando uma doutrina que contraria a Bíblia Sagrada e, naquela cidade, começou a ensinar às pessoas que a Bíblia reprova a adoração às imagens de escultura (Sabedoria 15.15-18 - livro apócrifo; Êxodo 20.4,5; Isaías 45.20; Deuteronômio 4.15-19; ) e que o único Salvador é Jesus Cristo (João 4.23; Atos 4.12; I Timóteo 2.5) e nãos as tradições das igrejas. E prosseguiu ensinando que a Bíblia é o caminho para conduzir as pessoas a fazerem a vontade de Deus e se aproximarem de Deus (Tiago 4.8), devendo servi-lo de toda alma e de todo o coração (Marcos 12.30-33) e não apenas com obras de caridade, visto que a salvação é obtida pela graça de Deus, por meio da fé, sendo um dom de Deus e não vem das obras (caridades e coisas semelhantes) para que ninguém se glorie (Efésios 2.8,9).
Após, as reiteradas leituras da Bíblia integralmente o ex-padre Lourival passou a sentir forte desejo de ser evangélico e congregar numa igreja onde se adorasse a Deus verdadeiramente, onde os verdadeiros adoradores adoram ao Pai em espírito e em verdade (João 4.23). Baseado em João 8.32 (E conhecereis a verdade e a verdade - Jesus - vos libertará) e em João 8.36 (Se, pois, o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres).
Havia mais de um ano que o ex-padre era ouvinte cativo do Programa A Bíblia no Ar, programa radiofônico da AD-Sousa, levado ao ar pela Rádio Progresso de Sousa - AM 610, das 21 as 22 horas, de segunda a sexta-feira, e, no domingo, das 13 as 14 horas. O que chamava a atenção dele é que em tais programas nunca se falava contra a Igreja Católica, apenas se pregava a Palavra de Deus, e o genuíno e verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e, aos poucos ele foi entendendo que Deus o queria na Assembleia de Deus, congregando com os irmãos da AD-Sousa.
E na última quarta-feira, dia 28/abril/2010, o ex-padre compareceu à Igreja Católica do Núcleo II, onde ele celebrava missas, para se despedir das pessoas e dizer em público que não mais seria celebraria missas, nem seria mais sacerdote, pois estaria assumindo Jesus como único salvador e governador de sua vida.
Na quarta-feira (2804/2010), às 19 horas, ao chegar na Igreja Católica, que estava lotada, ele pediu para abrirem a Bíblia em I Timóteo 2.5, onde diz que "há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" e disse: "Na Primeira Carta de Timóteo, capítulo 2 e versículo 5, está escrito que só há um Mediador entre Deus e os homens - Jesus Cristo, e a partir de hoje eu tomei a decisão de não mais ser católico e nem sacerdote e a partir de hoje eu sou evangélico da Igreja Assembleia de Deus". As pessoas escandalizadas não acreditavam no que ouviam, uns choravam, outros diziam que o padre estava louco/doido, outros choravam... os parentes, pais e irmãos e irmãs tomaram um choque muito grande e estão chateados e escandalizados, inclusive uma sobrinha do mesmo disse que estava com raiva do mesmo e ele simplesmente disse que a perdoava, pois Deus é amor e nele havia agora o verdadeiro amor de Deus em seu coração.
Muito enfático, o ex-padre Lourival Luiz de Sousa disse que nem de longe passou pela cabeça de titubear, embora estivesse vendo muita gente chorando na igreja e muitos escandalizados, mas eles estava convicto da decisão de aceitar a Jesus como Salvador, pois a Bíblia diz que "quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e o quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mateus 10.37).
Já na sexta-feira, dia 30/abril/2010, o irmão Lourival participou de um grande culto na AD-Sousa, onde foi bem acolhido, com a presença do Pastor Alexandre Duarte da Costa, com a igreja superlotada, onde o mesmo adorou a Deus e testemunhou sobre a decisão de aceitar a Jesus, pedindo aos irmãos que orassem por ele, pois tem sido alvo de rejeição e de perseguição na sociedade sousense, sofrendo inclusive forte pressão da Igreja Católica para desistir da decisão de ser crente.
O Pastor Alexandre Duarte da Costa, juntamente com a Assembleia de Deus em Sousa/PB, acolheu muito bem o irmão Lourival e está prestando toda a assistência necessária ao novo irmão na fé, fornecendo apoio espiritual, social e material necessários ao fortalecimento da fé do novo irmão.
A Carta de Renúncia ao Sacerdócio Católico, preparada de próprio punho pelo ex-padre Lourival Luiz de Sousa, foi entregue, na manhã do sábado, dia 01/maio/2010, pessoalmente ao Bispo Diocesano D. José González na Diocese da Igreja Católica em Cajazeiras/PB, diocese a qual o ex-padre estava vinculado.
 
Fonte: iparaiba

terça-feira, 5 de abril de 2011

CNBB e MCCE pedem a OAB ação por constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa

Brasília, 04/04/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, recebeu hoje (04) solicitações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) para que a OAB ingresse com uma ação declaratória de constitucionalidade (ADC) no Supremo Tribunal Federal em favor da Lei da Ficha Limpa. Os pedidos foram formulados a Ophir durante audiência ao secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, e à diretora do MCCE, Jovita José da Rosa , na sede do Conselho Federal da OAB, e serão levados à apreciação do plenário da entidade, em  sua sessão do próximo dia 11. Da audiência participou também o diretor tesoureiro da OAB Nacional, Miguel Ângelo Cançado.
Os dirigentes da CNBB e MCCE ressaltaram em seu pedido que a sociedade brasileira, frustrada com a decisão do Supremo de não validar a lei da Ficha Limpa para as eleições de 2010, exige uma definição quanto à sua validade para os futuros pleitos. Nesse sentido, querem que a Corte se posicione definitivamente sobre pontos da Lei - declarando sua constitucionalidade - que estão sem decisão final, até para que não haja mais insegurança jurídica ou dúvidas futuras sobre quem poderá ou não ser candidato. Ophir garantiu às entidades, que foram parceiras da OAB na luta pela aprovação da Lei da Ficha Limpa, que a entidade tomará uma decisão quanto ao pedido para ingressar com a ADC, que obrigaria o Supremo a excaminar a constitucionalidade da Lei, em sua próxima sessão, no dia 11 do corrente.

Fonte: Informativo OAB

sexta-feira, 1 de abril de 2011

PROJETOS E COMPETÊNCIAS

Antonio Pereira da Silva

Analisando a história do cristianismo percebemos que em diversos momentos e contextos, os cristãos são levados pela história a viverem um projeto de vida em contra partida com o projeto apresentado pelo modo de produção vigente. Simultaneamente percebemos a defasagem da Igreja Católica no item “Competência na Realização do Projeto” em relação ao desempenho do Modo de Produção na realização de seu projeto em busca de satisfação, bens materiais e prazeres efêmeros.
Pensando essa dualidade de projetos no mundo contemporâneo, inicialmente, ficamos vislumbrados com os feitos da administração capitalista neoliberal, e, portanto, extremamente competitiva. No Modo de Produção capitalista o administrador - para ser bem-sucedido profissionalmente - precisa desenvolver três competências pessoais duráveis: o conhecimento (informações, conceitos, ideias, experiências), a perspectiva (colocar o conhecimento em ação) e a atitude (fazer as coisas acontecerem). Além disso, é o administrador, o destinatário principal da técnica da qualidade total que se fundamenta na administração científica de Frederick Taylor (1856-1915), no Controle Estatístico de Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administração por Objetivos de Peter Drucker (1909-2005). Uma eficiência que gerou uma riqueza mundial em 2010 de 179,5 bilhões de reais.
Por outro lado, a Igreja, na sua busca por bens muito mais valiosos dá show de ineficiência e falta de habilidade e interesse em colocar o conhecimento em ação. Tanto os administradores quanto os trabalhadores, voluntários ou não, são ineficientes e relapsos em seu modus operandis. Uma parte deles aceita passar por momentos de formação mas, mesmo estes, são incompetentes porque não transformam em prática aquilo que aprenderam. Enquanto os administradores e trabalhadores do Modo de Produção Capitalista utilizam técnicas avançadas e até pós-modernas, os operários do Reino de Deus utilizam técnicas primárias e ineficientes. Eles são lerdos e se movem através de “valores” vagos e desmotivantes.
A partir do exposto acima fica muito fácil entender a frase tão conhecida pelos cristãos “...os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz...”. A Igreja tem em suas mãos um projeto deixado pelo próprio Deus, mas é, lamentavelmente, incompetente em sua missão.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Aumenta o número de padres no mundo

Entre 1999 e 2009, o número de padres em todo o mundo aumentou 1,4%. O dado está contido na nova edição do Anuário Estatístico da Igreja Católica, divulgado na última sexta-feira, 11. Os dados revelam que, atualmente, no mundo, existem 410.593 padres, sendo 275.542 pertencentes ao clero diocesano e os demais ao clero religioso.

Pela primeira vez desde 1999, em todo o mundo menos na Europa, o número de ordenações supera o de falecimentos e abandonos.

O estudo aponta também que o número de padres e de católicos aumenta na África, Ásia e América Latina, caindo na Europa e América do Norte. A tendência é invertida no que se refere ao clero: a maior parte dos sacerdotes é europeia (46,5%), seguida por americanos (29,9%), asiáticos (13,5%), africanos (8,9%) e da Oceania (1,2%).

O Anuário Estatístico da Igreja reúne dados de todos os segmentos da Igreja Católica dedicados ao apostolado e à evangelização em todos os países do mundo.

Já o "Anuário Pontifício", que recolhe todas as dioceses do mundo, privilegia nomes e biografias. Segundo a edição de 2009 - com dados da Igreja relativos a 2007 - o número de católicos no mundo é de 1,147 bilhão.

Rádio Vaticano

O preço de não escutar a natureza

O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais.

Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrário, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.

Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.

Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.

No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas. Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar.

Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio.

Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.

Leonardo Boff

terça-feira, 29 de março de 2011

Teólogos europeus exigem fim do celibato e ordenação de mulheres na Igreja Católica

Munique - 144 professores de Teologia - equivalente a um terço dos teólogos católicos de fala alemã residentes na Alemanha, Suíça e Áustria - subscreveram um manifesto em que exige reformas na Igreja católica. As propostas incluem o fim do celibato, a ordenação de mulheres e a participação popular na escolha de bispos.
A reportagem foi publicada no jornal Süddeutsche Zeitung, destacando o fato de que esse número seria maior se muitos não temessem represálias da instituição. O fato lembra a Declaração de Colônia, assinada por 220 teologos em 1989, no papado de João Paulo II.
Judith Könemann, professora de Teologia em Münster, destacou que o amplo eco a partir da declarações ao jornal bávaro demonstra que "tocaram um nervo". Ela é uma das oito pessoas que redigiram o manifesto, ao qual se somaram professores eméritos da envergadura intelectual de Peter Hünermann e Dietmar Mieth, velhos batalhadores por reformas como Heinrich Missalla e Friedhelm Hengsbach, progressistas como Otto Hermann Pesch e Hille Haker, e até mesmo conservadores como Eberhard Schockenhoff.
Tendo como pano de a crise até então incontornável dos escândalos de pedofilia em dioceses e paróquias da Igreja católica ao redor do mundo, o texto elogia o chamamento dos bispos a um diálogo aberto. Pragmático, os assinantes de dizem "na responsabilidade de dar uma contribuição a um novo começo real", assumindo a tese central de que a Igreja Católica só "pode anunciar o libertador e amante Deus Jesus Cristo", quando ela mesma "for um lugar e um testemunho crível da mensagem de libertação do Evangelho".
Insiste que ela deve reconhecer e fomentar "a liberdade do homem como criatura de Deus", respeitar a consciência livre, defender o direito e a justiça e criticar as manifestações que "depreciam a dignidade humana". O que trazem são "desafios", que incluem "maiores estruturas sinodais em todos os níveis da Igreja" e a participação dos fiéis na escolha de seus bispos e párocos.
O manifesto retoma o afirmação já feita de que a Igreja católica necessita "também de sacerdotes casados e mulheres no ofício eclesiástico", denuncia que a falta de sacerdotes força a exigência de paróquias cada vez maiores e lamenta que os sacerdotes sofram desgastes diante destas circunstâncias. 
Enfatiza ainda que "a defesa legal e a cultura do direito" na Igreja devem "melhorar urgentemente" e argumenta que a elevada valorização do matrimônio e do celibato supõe "excluir pessoas que vivem o amor, a fidelidade e a preocupação mútua" em uma relação estável de casal do mesmo sexo ou como divorciados casados em segundas núpcias. 
Desconstrói a suposta autoridade de Roma e critica o "rigorismo" da Igreja Católica, insistindo que não se pode pregar a reconciliação com Deus sem criar as condições para uma reconciliação com aqueles "diante dos quais é culpada: por violência, por negar o direito, por converter a mensagem bíblica de liberdade em uma moral rigorosa sem misericórdia".
E voltou aos escândalos de pedofilia, afirmando que "à tempestade do ano passado não pode seguir tranquilidade nenhuma", e afirma considerar que "nas circunstâncias atuais só pode ser a tranquilidade da sepultura". E conclui denunciando a prisão do pavor institucional diante do rebanho, exigindo diálogo, observando que "o medo não é bom conselheiro", recordando que os cristãos foram "chamados pelo Evangelho a olhar com valor para o futuro e como o chamamento de Jesus a Pedro para caminhar sobre as águas: ‘por que estais com medo? Vossa fé é tão pequena?'".

Fonte: Site do CEBI