sexta-feira, 1 de abril de 2011

PROJETOS E COMPETÊNCIAS

Antonio Pereira da Silva

Analisando a história do cristianismo percebemos que em diversos momentos e contextos, os cristãos são levados pela história a viverem um projeto de vida em contra partida com o projeto apresentado pelo modo de produção vigente. Simultaneamente percebemos a defasagem da Igreja Católica no item “Competência na Realização do Projeto” em relação ao desempenho do Modo de Produção na realização de seu projeto em busca de satisfação, bens materiais e prazeres efêmeros.
Pensando essa dualidade de projetos no mundo contemporâneo, inicialmente, ficamos vislumbrados com os feitos da administração capitalista neoliberal, e, portanto, extremamente competitiva. No Modo de Produção capitalista o administrador - para ser bem-sucedido profissionalmente - precisa desenvolver três competências pessoais duráveis: o conhecimento (informações, conceitos, ideias, experiências), a perspectiva (colocar o conhecimento em ação) e a atitude (fazer as coisas acontecerem). Além disso, é o administrador, o destinatário principal da técnica da qualidade total que se fundamenta na administração científica de Frederick Taylor (1856-1915), no Controle Estatístico de Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administração por Objetivos de Peter Drucker (1909-2005). Uma eficiência que gerou uma riqueza mundial em 2010 de 179,5 bilhões de reais.
Por outro lado, a Igreja, na sua busca por bens muito mais valiosos dá show de ineficiência e falta de habilidade e interesse em colocar o conhecimento em ação. Tanto os administradores quanto os trabalhadores, voluntários ou não, são ineficientes e relapsos em seu modus operandis. Uma parte deles aceita passar por momentos de formação mas, mesmo estes, são incompetentes porque não transformam em prática aquilo que aprenderam. Enquanto os administradores e trabalhadores do Modo de Produção Capitalista utilizam técnicas avançadas e até pós-modernas, os operários do Reino de Deus utilizam técnicas primárias e ineficientes. Eles são lerdos e se movem através de “valores” vagos e desmotivantes.
A partir do exposto acima fica muito fácil entender a frase tão conhecida pelos cristãos “...os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz...”. A Igreja tem em suas mãos um projeto deixado pelo próprio Deus, mas é, lamentavelmente, incompetente em sua missão.

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